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Blended Learning e o Lifelong learning




Devido às transformações sociais, o modelo de ensino que conhecemos como blended ou (híbrido) representa uma forte tendência educacional a qual se dá por uma mudança de postura oriunda de todos os agentes do processo educacional, especialmente se falarmos do protagonismo do aluno no seu processo de aprendizagem de do professor que passa a ser mais um curador, um facilitador do que um mero transmissor de conteúdo.


Do ponto de vista pedagógico, quando no ensino híbrido usamos de momentos presenciais, estes devem vir acompanhados de um processo que priorize as relações interpessoais para que os momentos online sejam um complemento de todo o processo.


Mas o que é de fato Blended Learning?


O termo pode ser traduzido literalmente por “aprendizagem misturada” que pode soar um pouco estranha quando vista dessa forma, na prática, significa que estamos misturando diferentes mídias, métodos, abordagens pedagógicas, atividades autônomas e propósitos.


Por não haver um consenso sobre a definição do que seria essa mistura, justamente aí nesse ponto pode residir a grande força da implementação desse tipo de conceito. Portanto, parece “valer tudo” quando se trata de aplicar a metodologia Blended Learning nos diferentes espaços de educação.


No entanto, o seu uso mais comum refere-se à combinação de atividades nos meios digitais e através das tecnologias da informação e comunicação além de tradicionais aulas expositivas e dialogadas sendo que não só escolas e universidades a utilizam como empresas em seus treinamentos corporativos, dada a versatilidade do modelo.


Quando olhamos para uma modalidade educacional que dê ênfase à aprendizagem continuada e autônoma, mais ainda no atual contexto social no qual a informação é criada com alta velocidade e em grandes proporções, pode-se inferir que a educação formal encontre detalhe da educação informal para chegar aos anseios de um perfil diferenciado de aprendiz. São estes os detalhes da educação informal: o respeito às experiências e conhecimentos prévios, análise das habilidades, olhar sobre o sistema de crenças, e tudo mais que influencie a possibilidade de memorização, raciocínio, solução de problemas complexo e elaboração de novos saberes.


Sob o ponto de vista prático, entretanto, essa plasticidade na condução do processo de ensino e aprendizagem facultada pelo elemento online da modalidade Blended, não pode significar que os aprendizes deverão de uma hora para outra, agir de forma a fazerem tudo sozinhos, tomarem suas próprias decisões e assumirem todos os encargos por seu processo de aprendizagem. Quando usamos a modalidade Blended Learning, é certo que muitos dos aprendizes precisarão de ajuda de todo o processo decisório que envolva a sua aprendizagem. É mister que os alunos entendam que essa flexibilidade não dá a eles o direito de deixarem todo o trabalho para a última hora. É preciso um aculturamento de todos quando o assunto é a educação pois todos têm as suas responsabilidades durante toda a entrega pedagógica.


Dessa forma, os espaços educacionais que optam por esse tipo de sistema em seus treinamentos, disponibilizam um formato de interações que concilia os momentos presenciais no espaço físico da escola ou organização juntamente com as atividades realizadas em ambiente virtuais de aprendizagem. Isso significa que os estudantes visualizam os materiais na plataforma de ensino a distância e podem conversar sobre os conteúdos de forma presencial.


Independente da forma como a discussão venha a ser realizada, seja em em um ambiente virtual ou em encontros presenciais, esse modelo envolve a presença de um professor que assume papeis ora de orientador, mentor ou mesmo de instrutor junto a estes times. Por isso, ele é bastante usado em momentos que exigem resolução se situações-problemas, trabalho em equipe, interação frente a frente e debates juntamente com um especialista sobre determinado tema.


Cabe ressaltar que o papel do professor nesse contexto, não é o de um mero repassador de conteúdos e nem mesmo alguém do qual devem partir todas as interações do grupo. Como um dos atores do processo ele pode também provocar ações que viabilizem o processo, mas, no entanto, não deve ser o único. Os alunos precisam interagir entre si de forma mútua e articulada para que juntos possam promover a construção dos saberes.


Nesse modelo, o papel do professor é fundamental para proporcionar um ambiente de ensino e aprendizagem capaz de fomentar situações envolventes e recheadas de significado, que se utilize dos conhecimentos prévios, inerentes a cada estudante, para fazer com que a apropriação desse novo saber possa ter o mesmo desenvolvimento natural de um qualquer outro conhecimento.


O professor da modalidade Blended Learning depara-se com muitas situações singulares que fogem às regras do racionalismo técnico e possuem estruturas mal delineadas, que não se enquadram nas teorias e técnicas de um currículo definido na racionalidade técnica. Por essa razão, convém situar a atuação do professor no paradigma da racionalidade prática. (Sousa e Junior, BLENDED LEARNING: REFLEXÕES SOBRE OS ATRIBUTOS DE UMA APRENDIZAGEM MISTA)



Como misturamos ainda mais o Blended com o lifelonglearning?


Para aqueles cujo conceito ainda não lhe sejam familiares, lifelong learning refere-se ao fato de que precisamos aprender no decorrer de toda a nossa vida, isto é, a aprendizagem deve acabar juntamente quando acabamos com a vida também.


Em uma sociedade baseada no conhecimento, a cada dia surgem diferentes e novos conceitos sobre os quais devemos nos debruçar para articularmos novos e necessários saberes seja para atuar no mercado de trabalho e mantermo-nos atualizados, seja para compreender uma nova situação da nossa vida.


Os métodos tradicionais de aulas exigem alguns atributos dos alunos, como a necessidade de deslocamento, disponibilidade de tempo e de dinheiro, pois os cursos presenciais muitas vezes apresentam valores mensais mais caros do que quando comparados aos cursos a distância. Por isso o e-learning, educação a distância ou blended learning tendem a ditar o novo padrão educacional o qual se estabeleceu mais fortemente com o momento por que passamos da pandemia mundial de COVID-19, isto é, os modelos de ensino híbridos tendem a vir pra ficar pois conseguem reunir os melhores aspectos de ambas as modalidades: a facilidade de acesso aos conteúdos por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, e a possibilidade de interações e de contato mais próximo entre estudantes e orientadores do ensino presencial.


É preciso afirmar que o ensino híbrido não ter por objetivo substituir o modelo de sala de aula convencional, mas, porém, por utilizar-se de tecnologia para transformar, inovar e aperfeiçoar as técnicas de aprendizagem ele tende a encantar mais os estudantes e possivelmente seja a melhor escolha educacional para os próximos anos, até mesmo porque as instituições veem esse método como uma excelente estrutura de negócios pois permite escala e acesso a pessoas que podem estar alocadas geograficamente em qualquer parte do planeta.


Ao suplantar as dificuldades das demais metodologias, combinar as características e se apropriar com o melhor de cada uma delas, o modelo híbrido tem conquistado cada vez mais adeptos e defensores por todo o globo terrestre. Por estas e outras razões que utilizar-se do b-learning a favor de uma estrutura que permita um aprendizado ao longo da vida, pode ser uma estratégia eficaz para difundir e fundir esses dois temas.


Considerações finais


Os espaços de trocas e de aprendizagem precisam ser pensados com o propósito de sustentar os objetivos educacionais estabelecidos por um programa pedagógico, ou seja, se o objetivo de criação de um determinado espaço pedagógico bem como o de todos os objetos educacionais, que use o modelo híbrido, se propuser a ser um local para que pessoas possam desenvolver seu aprendizado ao longo da vida, neste local devem estar as propostas que sustentem essa necessidade.


Para que isso aconteça, é necessário levar em conta que uma porcentagem importante da aprendizagem ocorre fora da sala de aula tradicional, motivo pelo qual é necessário consolidar os meios que possam apoiar as trocas e a riqueza de um tipo de interatividade que vá além do tempo em que os alunos estejam imersos em uma sala de aula.


Não é que isso signifique que o aprendizado se concentre em atividades online e presenciais ou em trabalho para fazer em casa, até porque a nova sala de aula online pode ser a própria casa, mas, trata-se sim, de estabelecer atividades por meio de ambientes virtuais de aprendizagem que não limitem a interação com o que é da escola nas relações sociais, nem tampouco limitar-se ao uso de AVAs para realizar e acompanhar atividades.


Este artigo não se propõe a estabelecer um novo jeito de dar aula que seja exclusivamente blended ou que use de uma padrão específico, mas, sim, que o único padrão real seja a integração do melhor desses espaços de aprendizagem formais e informais, presenciais ou online com todos os seus objetos e acompanhamentos, de forma a suprir a necessidade de aprendizado dos atores ao longo da vida.


Diante disso, o elemento que mais pode se mostrar como um desafio que se mostra é estabelecer uma nova cultura educacional onde estudantes e professores se engajem nas experiências de forma mais interativas e ajustadas com o contexto moderno e que ainda desse modo seja possível atender aos objetivos educacionais e a formalização de conceitos necessárias ao aprendizado e prática desses aprendizados ao logo da existência do indivíduo nessa sociedade.



Referências bibliográficas:


Baldessar. M.J; pilon, a.E;TEchio, L.R, O ensino híbrigo (Blended Learning) como metodologia na educação atual: o caso de uma instituição de ensino superior do norte do estado de Santa Catarina. Disponível em https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/12188 acessado em 20 de janeiro de 2022.

JUNIOR, K.S; SOUSA, S.O; Blended learning: reflexões sore os atributos de uma aprendizagem mista. disponível em https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/12213 acessado em 20 de janeiro de 2022.

MORAN. J. Avanços e desafios na educação híbrida, Disponível em http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2021/01/desafios_hibrido.pdf acessado em 17 de janeiro de 2022.

MORAN. J. Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje. Porto Alegre: PENSO, 2015, Págs. 27-45 disponível em https://edu630tema14pt.webflow.io/#:~:text=https%3A//bit.ly/2PDPqCL, acessado em 18 de janeiro de 2022.



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